sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Paulo Oliveira critica “manto de silêncio” sobre contaminação do jet-fuel na Horta

A contaminação do jet-fuel existente na Horta, que tem impossibilitado o abastecimento de aviões na ilha desde 18 de Junho, está a levar tempo demais a ser solucionada. A crítica foi feita pelo candidato social-democrata à Câmara da Horta, Paulo Oliveira, em conferência de imprensa, na passada terça-feira. Oliveira considera que a situação, que tem provocado atrasos e complicações nos voos da Horta, está a comprometer a imagem do Faial enquanto destino turístico, principalmente tendo em conta que estamos em plena época alta.
Para o candidato, mais grave que a demora da GALP em resolver o problema, é o “manto de silêncio” que caiu sobre esta situação. Paulo Oliveira critica a Câmara Municipal da Horta e o Governo Regional por não terem demonstrado a preocupação necessária face a esta problema, nem terem pressionado a GALP no sentido de acelerar a sua resolução, e questiona se a mesma situação teria merecido igual tratamento do Executivo regional se tivesse acontecido em São Miguel.

Oliveira aponta baterias ao presidente da Câmara Municipal da Horta, acusando-o de estar “atarefado e desmultiplicado em todas as comissões, em todos os actos públicos, num esforço de protagonismo pessoal”, ao invés de tomar uma posição na defesa do concelho face a este problema. O candidato destaca que, caso ocupasse o lugar que é de João Castro até Outubro, “já tinha tomado posição pública sobre este problema”. Para Oliveira, lidar com esta situação de uma maneira correcta implicaria ao presidente da autarquia faialense reunir com a GALP, bem como com as companhias aéreas, e ainda esclarecer os faialenses e os turistas, desculpando-se junto destes últimos e “ressalvando o carácter excepcional deste percalço”.

Problema deve ficar solucionado ainda esta semana

Segundo o porta-voz da GALP, Pedro Marques Pereira, o combustível existente na Horta apresenta níveis de biodiesel acima da média. Para cada milhão de litros de jet-fuel apenas podem existir cinco litros de biodiesel, sendo que, na Horta, esse valor ascendia a seis litros, pelo que não era possível abastecer as aeronaves com esse combustível.
A solução encontrada pela empresa foi enviar combustível com níveis mais baixos de biodiesel para a Horta, para misturar com o jet-fuel contaminado. Esse combustível veio de São Miguel e chegou ao Faial na passada sexta-feira.

Pedro Marques Pereira adiantou à nossa reportagem que já foram recolhidas amostras, que foram depois enviadas para laboratório para serem analisadas. Na tarde de quarta-feira, altura em que contactámos a empresa, aguardava-se até ao final da semana a certificação que permitiria voltar a abastecer as aeronaves com o jet-fuel que está no Faial.


FOTO: SUSANA GARCIA

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