sexta-feira, 26 de junho de 2009

Provas de Avaliação Sumativa Externa 2009

Alunos faialenses acima da média
regional
Já são conhecidos os resultados das provas de avaliação sumativa externas, realizadas no passado mês de Maio na Região, pelos alunos dos 4.º, 6.º e 9.º ano de escolaridade. De acordo com a secretária regional da Educação, Maria Lina Mendes, houve uma melhoria no desempenho dos alunos em todos os níveis de ensino, comparativamente a 2008.
No 4.º ano, apenas 61% dos alunos tiveram notas positivas a Língua Portuguesa, enquanto que na Matemática mais de metade obtiveram resultados negativos.
No 6.º ano foram 55% os alunos que conseguiram resultados positivos a Língua Portuguesa, e apenas
44% teve positiva a Matemática.
Quanto ao 9.º ano de escolaridade, apenas 33% dos alunos tivera positiva a Matemática. No que respeita à Língua Portuguesa, os resultados foram melhores, com 54% dos alunos a obter nota positiva.
Apesar dos resultados serem visivelmente baixos, a melhoria em relação a 2008 deixou a secretária regional da tutela optimista:“se conseguíssemos evoluir a este ritmo, provavelmente daqui a dez anos estaríamos no topo”, disse.
2009 serviu também para testar uma prova experimental na área das Ciências da Natureza. No 4.º ano 62% dos alunos da Região tiveram positiva nesta prova, enquanto que no 6.º ano apenas 35% conseguiu escapar ao Não Satisfaz.
Nas escolas primárias da rede pública no Faial, foram 141 os alunos a realizar as PASEs do 4.º ano. Na disciplina de Língua Portuguesa, 61% desses alunos tiveram positiva. Na Matemática as positivas também estiveram em maioria, com 55%, e nas Ciências o número de positivas ascendem a 65%.
O Colégio de Santo António, única instituição de ensino do 1.º ciclo privada da ilha, apresentou resultados muito satisfatórios. Dos oito alunos que frequentam o 4.º ano, todos apresentaram resultados positivos a Matemática e a Ciências, sendo que a Língua Portuguesa foi contabilizado apenas um resultado negativa. Tânia Jorge, directora da instituição, mostrou-se muito satisfeita com o trabalho de professores e alunos, congratulando-se com o que considera ser a “excelente prestação” da escola.
Já no 6.º ano, foram 186 os alunos a demonstrar os seus conhecimentos nas PASEs. 58% dos alunos teve positiva a Língua Portuguesa, e 48% a Matemática. Foi na área das Ciências que os resultados foram piores, com apenas 43% dos alunos a alcançar positiva. Maria José Morais, directora da Básica Integrada da Horta, lembra que este foi o primeiro ano em que se realizou a prova de Ciências, justificando assim os resultados menos bons. A directora diz não estar plenamente satisfeita com estes resultados, pois o objectivo é “fazer sempre melhor”, mas congratulou-se com as médias superiores à Região, que fizeram com que a Básica Integrada da Horta estivesse bem cotada entre as escolas dos Açores.
Também no 9.º ano os resultados foram superiores à média regional: dos 141 alunos que realizaram as provas, 57% teve resultados positivos a Português, e 38% a Matemática. Os alunos faialenses não realizaram prova de Ciências pois, como explicou o presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Manuel de Arriaga, a prova coincidiu com as comemorações do Dia da Escola e, não tendo sido possível antecipá-la, a escola entendeu que, sendo uma prova experimental e facultativa, não haveria problema em não realizá-la. Eugénio Leal declarou que, apesar dos resultados da ESMA serem superiores à média da Região, o objectivo é sempre melhorar. Eugénio Leal lembrou que “a PASE tem como objectivo aferir o sistema” e disse que agora há que reflectir sobre os resultados, e procurar formas de melhorá-los, principalmente no que diz respeito à Matemática.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Les Sables/Horta/Les Sables

Maior evento náutico nacional na Horta


Das várias regatas internacionais que a Horta acolhe este Verão, está será sem dúvida a cereja no topo do bolo: unirá a cidade francesa de Sables d'Olonne à Horta, e será disputada em embarcações 12 metros, assumindo-se como o principal evento náutico do país em 2009.
A apresentação desta regata decorreu na passada terça-feira, nos Paços do Concelho. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal da Horta congratulou-se com a passagem deste grande evento náutico pelo Faial, e lembrou a relação de amizade entre a cidade-mar açoriana e Sables D'Olonne, cimentada a partir da regata Les Sables/Les Açores/Les Sables, que uniu a Horta à cidade francesa no ano passado pela primeira vez, em embarcações de 6,5 metros.

De facto, e como explicou Armando Castro aos jornalistas, o objectivo é manter uma ligação anual com Sables, sendo que nos anos ímpares essa ligação se faria com embarcações de 40 pés (12 metros) e nos anos pares com embarcações de 6,5 metros.
Em 2007 esta regata realizou-se pela primeira vez, ligando Sables D'Olonne ao Funchal, e reunindo 10 embarcações. Este ano, serão 25 os barcos a largar amarras da cidade francesa rumo à Horta, de sete nacionalidades diferentes.

Presente na apresentação da regata, o director regional do Turismo, Miguel Cymbron, congratulou-se com a visibilidade que um evento desta dimensão trará à Região: “estes eventos trazem turistas e receitas directas e são complementos à promoção dos Açores enquanto destino turístico, pela visibilidade internacional que oferecem”, frisou.

A regata larga de Sables no próximo dia 5 de Julho, para a sua primeira etapa, rumo à Horta, onde deverá começar a chegar no dia 11. No dia 15 de Julho larga da Horta, para a etapa final, de volta a Sables. As embarcações velejarão com tripulações de duas pessoas, sendo que poderá haver troca de tripulantes na Horta.
Destaque para a participação de Yvan Noblet, vencedor da edição de 2007, que ligou Sables ao Funchal, e de Giovanni Soldini, uma das maiores referências da vela internacional.
Armando Castro lembrou que estarão 50 pessoas envolvidas na logística de acolhimento a esta regata, e destacou a presença na Horta de media internacionais, como por exemplo a conceituada revista
Voiles et Voiliers.
Esta será também uma oportunidade de ouro para a Vela faialense, já que os jovens das escolas de Vela do Naval da Horta terão oportunidade de velejar nestas embarcações, acompanhados pelos seus skippers. A Les Sables/Horta/Les Sables em embarcações de 40 pés será assim a principal referência, num ano em que a baía da Horta estará especialmente movimentada, ano que fica também marcado pela criação da Comissão Municipal Náutica, onde autarquia, Clube Naval da Horta, APTO, S.A. e Associação Regional de Vela unem esforços para potenciar o desporto náutico na cidade-mar.
António Menezes, presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA

Nunca foi tão económico viajar dentro dos Açores e para o exterior”


A SATA encontra-se actualmente numa fase de renovação da frota e da própria imagem da companhia. Conversámos com o presidente do Conselho de Administração do grupo SATA, António Menezes, sobre este período de mudança. As tarifas das viagens aéreas na Região e os recentes cancelamentos dos voos da SATA para a Horta devido às condições atmosféricas foram outros dos temas abordados.


Por que razão a SATA decidiu apostar, neste momento, numa renovação, tanto ao nível das aeronaves como da própria imagem da companhia?
A renovação da frota da SATA Air Açores deriva da descontinuidade das aeronaves ATP e Dornier, pelo que importa assegurar a continuidade do serviço inter-ilhas e promover o crescimento sustentado da mesma, de modo atento às necessidades idiossincráticas de todas as ilhas dos Açores, do Corvo a Santa Maria.
A renovação da frota da SATA Internacional prende-se com a necessidade de minimizarmos os custos operacionais, através de aeronaves que, pelas suas características técnicas e operacionais, se revelam adequadas às rotas operadas, em particular no que respeita a questões de eficiência energética e de manutenção. O novo A320 CS-TKO Diáspora é uma aeronave com claras vantagens técnicas nestes domínios, como se sabe, na operação de rotas de curto-médio curso, como as rotas que ligam os Açores ao Continente e aos diferentes mercados emissores turísticos da Europa servidos pela SATA Internacional.
A renovação da imagem aproveita, de modo económico, a janela de oportunidade concedida pela entrada ao serviço de sete novas aeronaves (dois Bombardier Q200, um Airbus A320 e quatro Bombardier Q400), entre Maio de 2009 e Fevereiro de 2010, para relançar, a custo zero, a imagem actual que, tendo 10 anos de idade, não transmite a modernidade que importa passar para o mercado. A nova imagem é mais moderna e mais Açoriana! A nova imagem aproxima a SATA do passageiro e assume uma vocação Atlântica! Finalmente, e graças aos avanços da química industrial, a nova imagem usa tintas que sendo mais leves e duradoiras trazem economias operacionais (de consumo de combustível e de ciclos de pinturas).

De que forma tem sido a companhia afectada pela crise económica internacional, e o que tem sido feito para combater este cenário?
Temos vários projectos em curso que se destinam quer a aumentar os proveitos quer a diminuir os custos. Sobre os proveitos, de referir a gestão activa do portefólio de rotas operado, bem como a modernização do modelo de distribuição, marketing e vendas, donde se destaca a venda on-line e o novo programa de passageiro frequente SATA Imagine. Sobre os custos, temos tido uma acção transversal em toda a Companhia, catalisada pelo uso de soluções de Information Technology que racionalizam o modo como usamos os nossos recursos.

Que desafios enfrentará a SATA nos próximos tempos?
A SATA está inserida num contexto global e compete com variadíssimas Companhias de todo o Mundo. Assim, teremos todos os desafios inerentes a este difícil sector, da aviação civil, que atravessa tempos assoladores.

Em relação à operação inter-ilhas e entre as ilhas e o continente português, os preços das passagens têm sido por diversas vezes considerados demasiado elevados, por comparação aos preços dos circuitos que ligam, por exemplo, o continente português a outros países da Europa. O que seria necessário para que os açorianos pudessem dispor de preços mais acessíveis?
As tarifas em termos reais têm decrescido imensamente. Nunca foi tão económico viajar dentro dos Açores e para o exterior. Os ultimes meses foram pródigos em novidades. Repare no lançamento de tarifas DISCOUNT, como o SATA DISCOUNT, SATA DISCOUNT MAIS, SATA AZORES DISCOUNT, entre outras iniciativas. Temos hoje uma gama tarifária mais heterogénea, onde abundam tarifas económicas. Repare, sem perca de generalidade, na SATA DISCOUNT: por 60 euros one-way (mais taxas), pode ir ao Continente! É preciso comparar o comparável: considerando a distância percorrida e os serviços incluídos (como pré-seating, refeição a bordo, bagagem de porão, entre outros serviços que, por vezes, são pagos à parte noutras Companhias) a SATA apresenta, hoje, tarifas mais económicas do que nunca. Estas tarifas estão facilmente acessíveis em todos os canais de vendas da SATA.
O que é verdade é que as tarifas estão, em 2009, aos níveis mais baixos de sempre. Claro está que a SATA quer fazer sempre mais e melhor, o que passa também pela racionalização dos custos, para obtenção de economias que possam ser passadas para os açorianos. Felizmente, isto tem vindo a acontecer, não obstante a gravidade da conjuntura que nos assola!


Na sua opinião, que razões impedem a liberalização do transporte aéreo para a região?
Todas as rotas quer para a América do Norte quer para a Europa estão perfeitamente liberalizadas, considerando o Open Skies Agreement e Céu Único, respectivamente. Assim, nestas rotas há plena liberalização e voa quem quer e não voa quem não quer. As únicas rotas que não estão perfeitamente liberalizadas são as rotas domésticas nacionais, entre os Açores e o Continente e a Madeira. Porém, nestas rotas as barreiras à entrada são diminutas. Qualquer Companhia aérea europeia pode voar uma ou mais destas rotas, isoladamente ou em grupo, e receberá um subsídio proporcional ao número de residentes transportado. É um modelo aberto, rota a rota, e a Lei não prevê um número máximo de transportadoras por rota.

Recentemente, a SATA tem cancelado várias ligações entre a Horta e Lisboa, devido às condições atmosféricas. A este respeito várias têm sido as vozes a contestar o facto dos voos serem imediatamente cancelados, sem se aguardar algum tempo pela melhoria do estado do tempo. O que pensa disso?
O Grupo SATA tem como principal driver de actuação a segurança. Neste sentido, se, à hora prevista para a partida de determinado voo, as condições atmosféricas no aeroporto de destino não permitem a operação – aterragem - em segurança, e se não se vislumbra qualquer melhoria nestas condições atmosféricas a razão e a prudência aconselham ao cancelamento do voo. No entanto, deixe-me dizer que, em 2008, o índice de cumprimento do horário programado da SATA Internacional na rota LIS-HOR foi de 95%, ou seja, de 96 voos previstos foram efectuados 91 e cancelados apenas 5 devido às más condições meteorológicas.

Aproxima-se a entrada em vigor do sistema de quotas de emissão de CO2 da UE. Como é que a SATA se está a preparar para esta situação?
O Grupo SATA tem vindo a implementar diversas medidas, não só, no sentido de reduzir a emissão de CO2, mas também, para tornar o grupo mais “leve”, mais económico e, acima de tudo, mais produtivo. Neste sentido, e no decorrer do ano 2008, foi efectuado um estudo, em parceria com a IATA, denominado FEGA “Fuel Efficience Gap Analysis” que permitiu identificar diversas oportunidades de melhoria, com vista à introdução de medidas para reduzir o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de CO2. Entre estas medidas, podemos destacar a limpeza mais frequente dos motores, a lavagem exterior dos aviões, a retirada dos Troleys (carrinhos) referentes aos serviços de vendas a bordo e de distribuição de jornais e revistas. Enfim, medidas que levam à redução do peso a bordo.
Paralelamente, o Grupo SATA deu inicio a um projecto, em parceira com a Microsoft, intitulado “Green IT”. Este projecto visa a adopção de uma série de procedimentos, essencialmente informáticos, que contribuem substancialmente para a redução da pegada ambiental, seja em termos da redução do consumo energético, seja em termos da redução de consumo de papel, seja no maior aproveitamento de todos os consumíveis do grupo, nomeadamente, através da reciclagem.
Assim, é vontade do Grupo SATA, aderir, já em 2010, ao Carbon Offsetting Scheme, da IATA, de modo a que possa proporcionar viagens neutras em matéria de emissão de carbono aos seus passageiros.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feira Medieval foi um sucesso

Alunos da Básica António José de Ávila levam faialenses à Idade Média

Na noite da passada sexta-feira, quem subisse a rampa do antigo Liceu da Horta, actual Escola Básica António José de Ávila, não poderia evitar ser transportado do século XXI para tempos mais remotos. As arcadas do edifício que acolhe os Ginásios estavam transformadas em muralhas de castelo, e o pátio fervilhava de actividade, com um Mercado Medieval onde se podiam comprar chás, especiarias, hortaliças e tudo o que se possa imaginar, uma taberna, entre outras coisas. Passeando por entre vendedores ambulantes, princesas e camponeses e clérigos saídos de alguma máquina do tempo, de repente víamo-nos obrigados a deitar uns “trocados” na lata de esmolas de alguns leprosos que por ali andavam. Não se tratou, obviamente, de uma verdadeira viagem no tempo, mas sim de uma visita à Feira Medieval organizada pelos alunos dos 5.º e 6.º ano.
A encenação de um casamento medieval, uma batalha, uma queima das bruxas, bem como um concerto de flautas e danças medievais foram algumas das actividades a que os visitantes puderam assistir, e muitos foram os que não quiseram perder a oportunidade de recuar uns séculos no tempo.
Estivemos à conversa com o professor Marco Viegas, percursor da ideia, que nos disse que esta surgiu no início do ano, com os professores do Departamento de História e Geografia, Língua Portuguesa e Ciências Sociais a contagiarem toda a escola. Segundo o professor, a ideia era atingir dois objectivos: por um lado, e sendo a Idade Média parte do programa curricular do 5.º ano, pretendia-se oferecer aos alunos a oportunidade de lidar de forma mais prática com a temática; por outro lado, quis-se “trazer a comunidade à escola”, promovendo maior interacção não só entre alunos, professores e pais, mas com toda a comunidade.
Fomos desenvolvendo esta pequena ideia, que foi crescendo como uma bola de neve até chegar ao projecto final”, explicou Marco. A Feira tornou-se assim num projecto de toda a escola, e foi inclusive integrada nos Jogos Desportivos, que decorreram na Horta na passada semana.
Para além do Departamento organizador, participaram activamente na construção da Feira os departamentos de Educação Visual e Tecnológica, de Música e de Inglês, naquela que foi uma verdadeira tarefa multidisciplinar.
Apesar de optimistas em relação à afluência ao evento, Marco confessa que os organizadores não esperavam uma enchente tão grande.
Instado a pronunciar-se sobre as dificuldades de pôr de pé um evento assim, trabalhando com crianças do 5.º e 6.º ano, o professor diz ser necessária “muita disciplina”. “Tivemos que sensibilizar os alunos para a importância do acontecimento”, acrescenta.
Marco salientou o trabalho dos encarregados de educação neste projecto: “os pais foram fantásticos. Participaram de todas as formas, fazendo comidas, ajudando na construção da feira, tratando dos trajes dos filhos... Só essa grande ajuda permitiu fazer esta Feira”. Também o apoio de várias instituições locais ajudou a pôr de pé o projecto. Segundo Marco, todas as instituições contactadas, desde a Câmara Municipal ao pequeno comércio, “foram fantásticas”: “na sua grande maioria todas nos ajudaram. Sem essa ajuda preciosa não conseguiríamos levantar a Feira”, refere.
Para Marco, esta Feira mostrou que a comunidade escolar da António José de Ávila está apta a preparar mais projectos do tipo, que motivem os alunos de uma forma diferente.
Segundo o professor, a História já não é considerada uma disciplina “chata”, e alguns dos alunos até a têm como preferida. “Já temos metodologias para que a História se torne mais aliciante. Os alunos do 5.º e 6.º ano não têm tanta capacidade de contextualização no tempo, e este evento tornou real o que para eles é abstracto. Tenho a certeza que aprenderam muito fazendo a prática. Demos-lhe autonomia e responsabilidade e eles corresponderam e desenvolveram grande capacidade de interacção entre si. Provavelmente só a disciplina dada no contexto da sala de aula não o faria”, explicou. Para o educador, este tipo de projectos “motiva os alunos e dá-lhes outras competências que precisamos que eles tenham, para além dos conhecimentos das disciplinas em si: a socialização, a participação cívica, a interacção com os pais...”. “Toda a comunidade interagiu, participou e aprendeu: todos nos sentimos professores e alunos ao mesmo tempo”, acrescentou.
Marco disse-nos ainda que a Câmara Municipal mostrou muito interesse pelo projecto, e que estão a ser tomadas diligências no sentido de fazer dele um acontecimento anual, organizado pela Escola mas fora do espaço escolar, direccionado para toda a comunidade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Portugal vai eleger 22 eurodeputados

Europa vai a votos

Os cidadãos da União Europeia preparam-se para eleger os seus representantes no Parlamento Europeu. São 27 países a ir a votos, para eleger 736 eurodeputados para um mandato de cinco anos. Holanda e Reino Unido já votaram ontem, e a Irlanda vota hoje, mas os resultados eleitorais só serão conhecidos no domingo, quanto todos os países-membro tiverem ido às urnas.
Portugal vai eleger 22 deputados. No nosso país estas eleições revestem-se de especial importância, já que antecedem as legislativas, que deverão decorrer em Outubro próximo. Assim, as facções políticas nacionais medem forças nestas europeias, que funcionam como preliminares para a disputa acesa que se espera nas legislativas.

São 13 as forças políticas portuguesas candidatas aos 22 assentos em Bruxelas. Dessas, sete têm candidatos açorianos.
Na nova legislatura, Portugal perde dois eurodeputados em relação aos 24 de que até agora dispunha.
No que diz respeito ao nosso país, até agora estava representado por 12 deputados socialistas, nove social-democratas, dois deputados do PCP/PEV e um deputado do Bloco de Esquerda. Na legislatura europeia que agora termina, Paulo Casaca, pelos socialistas, e Duarte Freitas, pelos social-democratas, constituíram a representação açoriana em Bruxelas. A produtividade do trabalho desenvolvi
do por ambos, comprovada inclusive por estudos independentes, fez com que fosse contestada a saída de ambos das listas à próxima legislatura. Luís Paulo Alves, pelo PS, e Maria do Céu Patrão Neves, pelo PSD, foram os nomes escolhidos pelos partidos a nível regional para os substituir nas listas nacionais.
Sendo os Açores uma região arquipelágica ultra-periférica, são várias as necessidades idiossincráticas muito específicas que apresentam e que precisam de ver escutadas em Bruxelas, daí que a escolha dos eurodeputados que representarão a Região no Parlamento europeu se revista de especial importância.


Combater a Abstenção


As eleições europeias caracterizam-se por uma elevada taxa de abstenção. Nas últimas eleições, apenas 45,5% dos eleitores europeus foram às urnas. As excepções foram a Bélgica, com mais de 90% de afluência às urnas, Malta, e Luxemburgo. Já Portugal não fugiu à regra, com mais de metade dos eleitores a ficar em casa quando se trata de escolher os eurodeputados lusos (ver gráfico).
Este distanciamento entre os europeus e as instituições europeias é entendido como preocupante, e a abstenção torna-se no principal cavalo de batalha dos intervenientes neste acto eleitoral. Tem sido levada a cabo uma forte campanha de sensibilização para a importância de ir às urnas escolher os protagonistas do debate europeu. Várias figuras públicas têm feito um apelo ao voto, alguns até bem originais, como é o caso do astronauta belga Frank de Winne, que filmou um vídeo no espaço. “A Europa parece unida e magnífica aqui de cima”, disse.

O Parlamento Europeu é o único órgão da UE que resulta de eleições directas. Cabe-lhe redigir as leis europeias que se vão reflectir nas vidas de cada um dos cidadãos da Europa. A adopção destas leis é equacionada pelo Parlamento em conjunto com o Conselho de Ministros, que representa os Estados-Membros. O Parlamento dispõe igualmente de competências para, juntamente com o Conselho, aprovar o orçamento anual da UE. Estas eleições têm assim impacto sobre a vida de cerca de 500 milhões de cidadãos que constituem os 27 países membros da UE.

Candidatos às Eleições Europeias:

Bloco de Esquerda (BE):
Miguel Portas
Açores: Paulo Sousa Mendes (11.º lugar na lista)


Coligação Democrática Unitária (CDU):
Ilda Figueiredo
Açores: Carlos Ribeiro (13.º lugar na lista)

Partido Social Democrata (PSD): Paulo Rangel
Açores: Maria do Céu Patrão Neves (6.º lugar na lista)


Partido da Terra (MPT): Pedro Quartin Graça
Açores: Manuel Moniz (5.º lugar na lista)


Partido Popular Monárquico (PPM): Frederico T. de Carvalho
Açores: Paulo Estevão (2.º lugar na lista)


Movimento Esperança Portugal (MEP):
Laurinda Alves

Partido Socialista (PS): Vital Moreira
Açores: Luís Paulo Alves (6.º lugar na lista)

Partido Popular (CDS/PP): Nuno Melo
Açores: Emiliana Silva (4.º lugar da lista)


Partido Nacional Renovador (PNR): Humberto Oliveira

Movimento Mérito e Sociedade (MMS):
Carlos Gomes

Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP):
Orlando Alves

Partido Operário de Unidade Socialista (POUS): Carmelinda dos Santos Pereira

Partido Humanista (PH):
Maria Manuela Magno
Transportadora Aérea Açoriana aposta na renovação da frota e numa nova imagem

SATA traz um novo azul aos
céus do Atlântico

2009 é um ano de mudanças e de desafios para a SATA. A transportadora aérea açoriana quer crescer e ser mais competitiva, sem nunca esquecer a sua vocação atlântica nem os Açores. Para tal, a empresa assumiu uma nova imagem, e tem em curso a renovação da frota de aeronaves. Viajámos a convite da SATA a Toulouse, para o voo inaugural do novo Airbus A320 da transportadora, e para conhecer a nova imagem institucional da SATA.


O grupo SATA conta desde a passada semana com um novo avião. Trata-se de um Airbus A320, novinho em folha, que saiu da fábrica da Airbus, em Toulouse, na passada sexta-feira, dia 29 de Maio, para o seu voo inaugural com destino a Lisboa. A bordo, seguia uma comitiva constituída essencialmente por jornalistas dos Açores, da Madeira e de Portugal continental, que a SATA convidou a visitar as instalações da Airbus na cidade francesa, onde apresentou também a nova imagem da companhia.
O novo A320 tem capac
idade para cerca de 150 passageiros, e foi baptizado com o nome “Diáspora”, evocando assim a saga dos muitos açorianos que ao longo da história se aventuraram a partir além fronteiras em busca de uma vida melhor. O Diáspora junta-se assim aos dois Bombardier Q200 que já estão ao serviço da SATA, e aos quatro Q400 que deverão ser entregues pela Bombardier à transportadora açoriana no primeiro trimestre de 2010. Contas feitas, são mais de 90 milhões de euros investidos na renovação da frota. Com os seis aviões da Bombardier e o novo A320 a operar, os índices de eficiência energética da SATA serão substancialmente melhorados, assim como a idade média da frota, que passa a ser uma das mais jovens de entre todas as companhias regionais europeias, como adiantou aos jornalistas António Gomes de Menezes, presidente do conselho de Administração do Grupo SATA.
Este investimento enquadra-se num processo de renovação integral das aeronaves da SATA, que visa ser “um salto qualitativo para uma melhor performance económica e ambiental”, segundo Menezes. O presidente da SATA referiu ainda que, a nível regional, com as novas características de que a frota da transportadora se reveste, esta poderá dar uma melhor “resposta às necessidades idiossincráticas de cada ilha”.
A renovação da frota da SATA não deverá ficar por aqui, sendo possível que, nos próximos anos, a companhia substitua também os A3
10 de que actualmente dispõe, até porque a Airbus deixou de produzir este tipo de avião em 2007.
Na viagem inaugural, esteve aos comandos do Diáspora o comandante Jorge Gaspar, tendo como braço direito o comandante Flávio Biscaia. Este último, piloto da SATA há 10 anos, falou ao Tribuna antes da viagem: “é um sensação muito boa e um privilégio fazer este voo”, confessou, lembrando que a Airbus trabalha há 10 anos com a SATA. “Tenho muito orgulho em fazer parte da equipa da SATA”, referiu, “esta é a companhia mais antiga de Portugal, e acredito que vai voar por muitos e bons anos em cima do Atlântico”, disse.
O novo A320 já ostenta na pintura a nova imagem da transportadora aérea açoriana. A ideia foi, como explicou António Menezes na conferência de apresentação da nova imagem da SATA, seguir uma estratégia de poupança: uma vez que o contrato com a Airbus comporta a entrega d
o avião já pintado, a equipa responsável pela imagem trabalhou um conjunto com a produtora de aviões para que o Diáspora já ostentasse a nova pintura. Carlos Coelho, responsável pela criação da nova imagem institucional da SATA, disse que esta foi a primeira vez que um operador trabalhou directamente com a Airbus na pintura de uma aeronave, o que permitiu acelerar o processo.
Na pintura do Diáspora foi utilizada a tecnologia mais moderna do mundo na aeronáutica e na química industrial, com uma tinta mais resistente, mais durável e, o mais importante, mais leve, o que permitirá uma melhor performance da aeronave, associada essencialmente à poupança de combustível.
Os azuis continuam a ser a referência quanto à imagem da SATA, e embelezam o Diáspora em três tons diferentes. As tintas azuis utilizadas no A320 foram criadas especificamente para este projecto, e contêm micropartículas de mica.
Este A320 vem juntar-se aos outros três que a SATA já detém, e foi adquirido pela transportadora aérea em regime de leasing à ILFC, a maior cliente de Airbus.
Na cerimónia de entrega do avião, Chris Buckley, vice-presidente da Airbus, lembrou que a SATA, apesar de ser um companhia relativamente pequena, goza de excelente reputação em todo o mundo, e manifestou a vontade da empresa fabricante de aviões em continuar a fazer parte do futuro da transportadora aérea regional.
Depois da cerimónia de entrega decorreu a bênção do avião. Ao início da tarde, o Diáspora descolou de Toulouse com destino a Lisboa. À entrada do espaço aéreo português, os passageiros foram agradavelmente surpreendidos com uma escolta de dois aviões F16, da Força Aérea Portuguesa.
O Diáspora faz parte da família A320, que engloba os modelos A318, A319, A320 e A321. A família A320 é líder do mercado no seu sector, e a Airbus já entregou quase quatro mil aeronaves deste tipo a mais de 200 transportadoras diferentes.
Quanto aos Bombardier Q200, que já estão em Ponta Delgada, onde chegaram no dia 15 de Maio, irão substituir o Dornier da companhia. São mais rápidos e têm capacidade para mais passageiros (cerca de 37) e mais carga. Estes aviões irão fazer as ligações entre a Horta, as Flores e o Corvo, entre a Terceira e a Graciosa, servindo também Flores e São Jorge. Farão também as ligações entre Funchal e Porto Santo. Os Q200 deverão começar a voar no final deste mês.
Já os quatro Bombardier Dash Q400 que são aguardados no início de 2010 vêm substituir os ATP. Têm uma capacidade entre 68 e 78 passageiros, e destinam-se a rotas mais longas, ligando as ilhas de maior tráfego e possibilitando ainda ligações Açores/Madeira/Canárias, o que permite libertar os A320 da companhia para as rotas turísticas europeias.

Inovação, Fiabilidade e Simpatia
São estes os pilares onde deverá assentar a imagem de marca da transportadora aérea açoriana. António Menezes disse aos jornalistas que a SATA deverá ser sempre uma bandeira dos Açores, mas, acima de tudo, deve constituir-se como uma marca. Como tal, os objectivos para o futuro devem ser ambiciosos e bem definidos.
Actualmente a voar para cerca de 50 destinos, a SATA quer apostar ainda mais na internacionalização, e apresentar uma proposta de valor que lhe permita “bater o pé” nos mercados mais competitivos.
Com a renovação da frota, o grupo SATA pretende mais rentabilidade das suas aeronaves, mas também oferecer mais conforto aos passageiros e “voar mais verde”, ou seja, reduzir ao máximo as agressões que a sua actividade provoca no meio ambiente. A este respeito, Menezes lembrou que a partir de 2012 há que respeitar as quotas de emissão de CO2 estabelecidas pela União Europeia.
O presidente da SATA destacou também a aposta numa crescente proximidade com o cliente, alcançada com novos serviços que a tecnologia põe ao dispor da companhia: são exemplos o facto do cliente poder fazer as suas reservas pela internet ou poder saber informações do seu voo através de uma sms.
Menezes anunciou que a partir de 18 de Junho a companhia apresentará um site renovado, cada vez mais ao encontro do cliente.
A aposta na “claridade” é outra das características da estratégia da SATA, que pretende ter auditorias para aferir a qualidade da sua prestação. Menezes mostrou-se satisfeito com o actual nível de excelência da SATA, que se fixa nos 87%, mas garantiu que o objectivo é chegar aos 100%.
Também o programa para passageiros frequentes apresentará uma nova imagem, e um regulamento que visa “mimar” mais este tipo de passageiros, no qual se destaca, entre outras coisas, o facto das milhas passarem a ser vitalícias. Quanto às tarifas, Menezes referiu serem hoje “muito mais baixas e heterogéneas”, adequando-se à variedade de clientes.
O presidente do grupo SATA mostrou-se satisfeito com a lista de parceiros da empresa, que não cessa de crescer.
António Menezes lembrou que os paradigmas do mercado estão a mudar, com a competitividade despoletada pelas low-costs a aumentar. “As empresas tradicionais têm de se reinventar”, explicou.

Açores na base da nova imagem
A renovação da imagem da SATA vem dar asas a um novo açor, que irá cruzar os céus na cauda dos aviões da transportadora. Chama-se BIA (Blue Islands Açor) e é formado por nove figuras geométricas, cada uma a representar uma das ilhas dos Açores, as “nove irmãs de mar”, todas elas com um lugar próprio no conjunto que forma o açor. Trata-se, no fundo, de um símbolo da simbiose perfeita em que as nove partes formam um todo.
A nova imagem da SATA foi desenvolvida ao longo de 13 meses pela IVITY-CORP, liderada por Carlos Coelho, uma das maiores referências nacionais no que diz respeito à construção e gestão de marcas. É responsável por algumas das campanhas mais famosas em Portugal, como é o caso da Galp Pluma. Carlos Coelho já tinha sido, de resto, responsável pela anterior imagem da transportadora aérea regional.
O açor que constitui o novo símbolo da SATA faz lembrar os origamis, técnica japonesa em que simples pedaços de papel podem assumir variadíssimas formas, consoante o engenho e capacidade criativa de quem os utiliza. Trata-se de “um piloto da natureza, um pássaro do mundo, um Açor imaginado que faz voar mais alto as ambições da SATA”.
À concepção desta nova imagem não foi alheio o facto da SATA ter a sua “raiz identitária na alma açoriana”, conforme explicou Carlos Coelho, que lembrou que, mais de 60 anos após a sua criação, “a SATA é a mais importante marca comercial atlântica portuguesa”. Manter o “espírito visionário” que deu origem à criação da empresa na sua nova imagem de marca foi uma das principais preocupações da equipa responsável pelo projecto.
A nova imagem tem por objectivo reforçar o posicionamento da SATA, e por isso espelha a vocação atlântica da empresa, a proximidade que pretende ter com os seus clientes e a modernidade. Tudo isto está patente no açor BIA, acompanhado do novo slogan “The Atlantic and You” (O Atlântico e você), “tatuado” na barriga dos novos aviões. A conjugação destes elementos alia a modernidade comercial à preservação da matriz identitária da marca SATA.
O novo grafismo do nome da empresa, em minúsculas, é um sinal de humildade, que espelha a vontade que a SATA tem de se aproximar ainda mais dos clientes, como explicou Carlos Coelho. Também o próprio tipo de letra, com um aspecto quase que aerodinâmico, foi pensado para se aliar a todo o conjunto e fazer a imagem global resultar.
O impacto visual da nova imagem, colorida e com linhas modernas, permite à SATA fazer “boa figura” em qualquer aeroporto do mundo, conforme deu a entender Carlos Coelho aos jornalistas, visivelmente orgulhoso com o resultado final do seu trabalho.

Inovar para poupar
É este um dos motes para a estratégia de futuro da SATA, que de há três anos a esta parte se alia à Microsoft numa parceria que visa introduzir novas tecnologias de modo a permitir poupanças não só económicas mas também ambientais. “Fly greener” (voar mais verde), é o objectivo da transportadora aérea regional.
A descontinuidade geográfica e a necessidade de muitos documentos eram alguns dos condicionantes do grupo SATA no que toca à pegada ambiental. Nesse sentido, foi criada uma solução de software que permite reduzir consideravelmente o papel e a tinta consumidos, a quantidade de hardware necessária e inclusive o número de deslocações de funcionários da empresa.
O presidente do grupo SATA reforçou a importância deste tipo de preocupações nos dias que correm: “a evolução é um dos valores corporativos da SATA e procuramos trabalhar em três dimensões – social, ambiental e económica”, disse.
Com esta estratégia a transportadora aérea açoriana visa estar cada vez mais na linha da frente das companhias aéreas mais amigas do ambiente.