sexta-feira, 10 de julho de 2009

Integrado no programa da Semana do Mar

Ruben Oliveira vai atravessar o Canal de olhos vendados


Conhecido do público pelas suas façanhas automobilísticas de olhos vendados, o Professor Ruben Oliveira prepara-se para passar da estrada à água, e fazer história também neste elemento: o hipnotizador faialense vai atravessar o Canal Pico/Faial aos comandos de um barco, com os olhos vendados.

A proeza está agendada para o dia 8 de Agosto, integrada no programa da Semana do Mar 2009. Ruben Oliveira deverá sair da Madalena pelas 18h00, estando prevista a sua atracagem no Faial para uma hora depois, sendo que nessa noite o hipnotizador dará um espectáculo no palco principal da festa.

Segundo adiantou Ruben Oliveira, a travessia será feita a bordo de uma das embarcações da empresa faialense Norberto Diver. A apoiar a iniciativa estão ainda a Câmara Municipal da Horta, o Peter Café Sport, Genuíno Madruga, Victor Rui Dores, entre outros.

Um dos objectivos desta aventura passa por conseguir um lugar no Guiness. Ruben Oliveira refere que a inscrição está feita, e a organização aguarda agora que os responsáveis do livro dos recordes decidam se poderão ou não comparecer, dado que não existe no livro nenhuma inscrição relativamente a um recorde deste tipo.

Instado a pronunciar-se sobre esta façanha, Ruben Oliveira confessa sentir “bastante ansiedade”, principalmente em relação ao momento da partida e da chegada.


Uma carreira com 40 anos

Atravessar o Canal de olhos vendados será também o ponto alto das comemorações dos 40 anos da carreira do Professor Ruben Oliveira. Este conta que, após ter assistido a um espectáculo de hipnotismo no Teatro Faialense, ainda criança, descobriu o seu dom para esta arte, e, com 13 anos, iniciou a sua carreira de hipnotizador. Recordando o seu primeiro espectáculo, Ruben Oliveira lembra que teve lugar na freguesia de Castelo Branco, e que as entradas custavam 2,5 escudos. Nessa altura, confessa que nunca pensou que, 40 anos depois, seria aquilo que é hoje: um hipnotizador reconhecido em Portugal e no Mundo, cujos espectáculos já passaram por mais de 60 países, como nos contou.

Para assinalar os seus 40 anos de carreira, a travessia do Canal de olhos vendados afigurou-se-lhe como o ideal, primeiro porque é uma iniciativa inédita, e depois porque, como referiu, é uma forma de “abraçar as ilhas do Pico e Faial, que foram sempre as que me deram mais hospitalidade”.

Ainda para assinalar esta efeméride, o hipnotizador está a preparar um livro, intitulado Diário de um Açoriano, onde abordará os principais marcos da sua carreira, e pretende também fazer um espectáculo comemorativo na ilha que o viu nascer.

Quanto a projectos para o futuro, Ruben Oliveira diz ter vários. Um deles é a criação de uma escola de artes mágicas para crianças na ilha do Faial, ideia que o hipnotizador já transmitiu à autarquia. Ruben Oliveira quer também continuar a explorar a hipnoterapia, área em que tem vindo a trabalhar há já alguns anos: “a hipnoterapia permite-me ajudar pessoas com problemas psíquicos, com dependências, como do tabaco ou da droga, entre outras”, explica.

Dos vários sonhos que ainda reserva para o futuro, Ruben Oliveira tem um particularmente ambicioso, que confessa ser também aquele que mais desejaria alcançar: “gostava de me auto hipnotizar e congelar-me durante um mês”, refere.

No próximo dia 18 de Julho Ruben Oliveira estará nas Flores, para um espectáculo integrado nas Festas do Imigrante.

Ângelo Duarte, presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, alerta


A Câmara do Comércio da Horta não pode servir para fazer campanha política


Volvidos cerca de cem dias desde a tomada de posse da actual direcção da Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH), Ângelo Duarte, presidente da instituição, dá a sua primeira entrevista nessa qualidade.

Na altura de fazer o balanço das primeiras actividades, e preparar um projecto para os próximos anos, que se avizinham difíceis para o sector empresarial, o líder dos empresários fala das principais dificuldades que a CCIH enfrenta.

A dívida de mais de 300 mil euros é a grande prioridade, assim como a recuperação da actual sede, e a continuação de um trabalho de dinamização empresarial que se quer igual em todas as ilhas de abrangência.

Com as eleições à porta, Ângelo Duarte deixa o aviso a todos os candidatos: a CCIH não é uma instituição política, e não deve servir para arma de arremesso eleitoral entre candidatos.


Que balanço faz dos primeiros cem dias de mandato desta direcção?

Tivemos a sorte de conseguir organizar de forma rápida o Núcleo Empresarial das Flores e Corvo, e também o do Pico. Contámos para isso com a colaboração dos nossos associados mais chegados e com interesse nesta área, que se disponibilizaram para dar um contributo a este processo associativo, considerando a nossa dispersão pelas quatro ilhas. É importante contarmos com eles no desenvolvimento de espírito de equipa para valorizarmos a nossa postura pública na defesa dos interesses de cada uma das ilhas. Foi aliás nessa perspectiva que quisemos também que os nossos órgãos sociais tivessem pessoas do Faial, Pico e Flores.

Estamos agora a trabalhar no sentido de ter mesas sectoriais com elementos de todas as ilhas, para que todas estejam em pé de igualdade, e para que todos conheçam a realidade de cada uma das ilh

as. Prevemos eleger estas mesas dentro de um mês, e assim fechar a equipa de trabalho, com o objectivo de estarmos todos a contribuir para o desenvolvimento das ilhas em que estamos inseridos.

Estamos a reunir com as sete autarquias da nossa área de abrangência, também com o objectivo de perceber o que é que poderemos defender enquanto parceiros, estando inseridos no mesmo espaço geográfico, no sentido de potenciar o desenvolvimento de uma ideia de trabalho que reúna interesses de autarcas e associados.

Reunimos também com a ACIP, nossa parceira comercial, e ficámos a perceber o que poderá ser potenciado de modo a explorarmos os nossos interesses comuns no desenvolvimento da ilha do Pico. Dessa reunião, percebemos que comungamos da opinião da ACIP e do autarca de São Roque quanto às ligações marítimas: em relação à ligação Velas/Cais/Velas, achamos que é importante existir um barco que viaje mais que uma vez por dia, porque, uma vez que há uma boa ligação Faial/Madalena, poderíamos ter Faial/Pico, pela Madalena, e depois Pico/São Jorge, pelo Cais.

Durante o primeiro ano queremos promover no total 14 seminários, dois em cada concelho, para divulgar os incentivos deste Quadro Comunitário, para que as pessoas possam deles usufruir, de forma organizada e consciente.

Queremos também começar a pôr a Expomar 2009 de pé, e fazer dela um grande acontecimento. Pretendemos ainda organizar Feiras no Pico, no Faial e nas Flores, em parceria com as autarquias.

Com tudo isto queremos promover cada vez mais uma dinâmica empresarial de interesse, e despertar o comércio, dinamizando um tecido empresarial que, apesar de pequeno, poderá dar um contributo à nossa economia, e manter-se, principalmente nesta fase de crise.

Em termos internos, estamos a reestruturar o nosso funcionamento, para sermos mais eficazes e mais úteis aos associados. Queremos também restaurar a sede, temos graves problemas de humidade e estruturas, e não vamos conseguir passar aqui o Inverno.


Está satisfeito com o trabalho desenvolvido até ao momento?

Não estamos satisfeitos. Estaríamos, se já tivéssemos pago as dívidas que temos. Estamos a procurar uma situação financeira de equilíbrio. Neste momento já realizámos pagamentos de 40 mil euros; a reposição de um empréstimo antigo de associados e pagamento a fornecedores. Isto corresponde a um décimo das nossas dívidas. Estamos ainda a trabalhar numa área de reestruturação e encontro de valores para equacionar essa questão.


Nesse aspecto, considera que recebeu uma herança pesada da direcção anterior?

Nós recebemos um “deve haver” que não seria pesado se não fossem os incobráveis aos quais se juntam os custos de funcionamento da casa. Recebemos uma dívida de cerca de 324 mil euros. Não se pode dizer que seja suave, e temos dificuldades na gestão da casa, por esse motivo. Estamos a trabalhar para reduzi-la, acabámos de decidir outro pagamento de 40 mil euros; a reposição de um empréstimo antigo de associados e pagamento a fornecedores. Tivemos primeiro a preocupação de pagar as dívidas antigas. Já resolvemos essa parte, já pagámos os serviços da Semana do Mar 2008, que tinham sido protocolados com a CMH, sendo que tínhamos recebido o dinheiro para esse fim mas depois aplicámo-lo noutras funções e só agora conseguimos equacionar. Agora vamos tentar regularizar a situação com os fornecedores. Depois queremos regularizar a situação com as Associações. É este o nosso quadro de balanço, e queremos chegar ao fim do ano numa situação de equilíbrio financeiro.


Recentemente foi criada uma nova associação de promoção do Triângulo, a Tryangle. A CCIH optou por ficar de fora. A que se deveu esta opção?

A CCIH foi mentora da ideia e participou no desenvolvimento da estratégia. Por incompatibilidades inesperadas entre os representantes do Faial e do Pico, ficou suspensa a nossa participação. Acabámos por não estar associados ao surgimento da agência, mas acompanhámos a sua formação através da Adeliaçor, cujos órgãos sociais integramos. Pela Adeliaçor podemos fazer passar também as nossas ideias de interesse para o Triângulo.

Curiosamente num jornal local foi dito que a agência está de portas abertas para nos receber, mas não recebemos qualquer convite.


A haver um convite para a CCIH integrar a agência, seria aceite?

Estamos disponíveis para colaborar. O Faial e o Pico são ilhas da nossa abrangência, mas não queremos desvalorizar a Associação Regional do Turismo, a Associação dos Municípios do Triângulo, e todo o conjunto de entidades que já existe, entidades essas que também são grandes agentes promocionais. Esta é mais uma Associação, e espero que façam um bom trabalho.


Também se falou na possibilidade de ser criada uma Câmara do Comércio para as ilhas do Triângulo… Qual a posição da CCIH em relação a esta possibilidade?

Foi noticiado que a CCIH teria reunido com parceiras das ilhas de São Jorge e do Pico no sentido de se formar uma Câmara do Comércio e Indústria do Triângulo. Nós não só não participámos em qualquer reunião, como também não estamos disponíveis para formar uma associação comercial desse género. Entendemos que já existem suficientes associações empenhadas na defesa dos comerciantes dessas ilhas. A nossa dimensão não justifica mais uma.


Já enquanto presidente da CCIH lembrou por várias vezes o actual cenário global de crise. Que desafios se colocam aos empresários numa altura como esta?

Apesar das dificuldades, a nossa dimensão poderá permitir às empresas, na sua maioria do tipo familiar, suportar a crise. Temos efectivamente empresas a vender muito pouco, mas perspectiva-se um crescimento a partir de Setembro ou Outubro.

Estamos a pensar promover em breve uma Feira Outlet no Faial. Queremos sensibilizar os nossos associados a disponibilizarem os seus stocks mais antigos para esse fim, e encontrar aqui uma oportunidade de negócio. Neste momento estamos a tentar perceber qual a melhor data para a sua realização.


A nossa economia local depende bastante do Turismo. Preocupa-o que haja uma quebra este Verão?

Sim. Nós tivemos agora em Junho um pico muito alto na ocupação, com a realização do Rally Ilha Azul e da Feira Açores. Tivemos de colocar no Pico algumas pessoas a pernoitar. Penso que o Pico precisa de mais hotelaria, e seria extremamente importante criar condições para uma unidade hoteleira com capitais regionais, públicos e privados.

Estamos a chegar à época alta, e devemos lembrar-nos que esta no Faial dura menos de dois meses, e temos de encontrar soluções para contornar essa condicionante. Penso que as soluções passam pelos grandes eventos. Estivemos no Rally da Madalena e, em conversa com os Clubes automóveis da Terceira, do Pico e do Faial, percebemos que podemos ir às Flores promover um evento desta natureza; um acontecimento de elevado interesse que mobiliza muita gente. Promover eventos desta natureza e outros que nos tragam mais pessoas é o caminho a seguir. O Faial está beneficiado, principalmente pelo seu turismo náutico de alto nível, mas queremos potenciar de igual forma o Turismo no Pico, nas Flores e no Corvo.


Em Outubro realizam-se eleições autárquicas. Para a CCIH, que perfil deverá ter o próximo presidente da CMH, no que toca aos interesses dos empresários locais?

Antes de mais, gostaria de lamentar a associação da CCIH a uma determinada candidatura. Nós não nos revemos nessa forma de estar. Esta casa não é política, nem vai fazer política.

Interessam-nos pessoas abertas, com interesse nas nossas necessidades. O actual presidente da Câmara Municipal tem mostrado muito interesse e criado uma grande abertura na relação connosco. Penso que esta CCIH tem crescido e tido uma apresentação mais pública de há cinco anos a essa parte precisamente por isso, veja-se a nossa participação nos vários eventos concelhios. Qualquer candidato para nós será bom, desde que esteja aberto a projectos e parcerias com interesse económico para os nossos associados. Independentemente do candidato que seja eleito, queremos apenas apresentar-lhe o nosso projecto de trabalho. Sendo a CCIH uma casa sem fins lucrativos, estamos sempre interessados em promover parcerias que nos permitam desenvolver certos projectos.


O facto do candidato do PSD à autarquia faialense ser também vice-presidente da CCIH tem dificultado a manutenção dessa postura de imparcialidade política que pretende para esta instituição?

Foi esse candidato independente que associou a CCIH ao desenvolvimento de parcerias. Eu entendo que uma ideia dessas só poderá existir depois das eleições. Nós não misturamos as coisas. Não nos revemos nesse projecto dessa forma. Temos um vice-presidente que o vai continuar a ser, está agora numa situação de candidato à CMH, e muito bem, porque vem valorizar a democracia. Isso não nos traz qualquer dificuldade. Não pode é usar o nome da CCIH na sua atitude de campanha.


Apesar da sua vontade em manter a CCIH de fora da agenda eleitoral, a verdade é que ela tem sido uma das “armas de arremesso” nesta pré-campanha… É facilmente associável à candidatura de Paulo Oliveira, pelas funções que ele desempenha nesta casa, e também João Castro já se referiu à sua situação financeira… Preocupa-o que este tipo de discursos à volta da CCIH se agudize com o aproximar das eleições?

Espero que não. Em primeiro lugar, é com desagrado que vemos as dívidas da CCIH discutidas dessa forma em hasta pública. Temos um sentido de organização, além disso eu também fui director nos últimos seis anos, portanto tenho responsabilidade nas contas da casa. Estas efectivamente não estão bem, o presidente da Câmara quando o disse disse-o com conhecimento; de resto ele está informado da nossa situação financeira, daí o comentário. Estamos a intervir para que não tenha motivos para o voltar a fazer. Temos muito para fazer nestes três anos, e queremos encontrar as melhores soluções para esta casa. No entanto, isso não passa por fazer política. Os candidatos à autarquia devem fazer a sua campanha, mas não têm nem nunca terão a CCIH ligada à sua participação.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Projecto pioneiro nos Açores

Câmara Municipal da Horta inaugura Horta/bikes

A partir da tarde de ontem, os faialenses e os turistas que nos visitam podem contar com uma nova forma de passear pela cidade da Horta. O projecto Horta/bikes, situado no Quiosque de Turismo do Largo do Infante, coloca ao dispor dos interessados 20 bicicletas, que podem ser requisitadas gratuitamente para circular pela cidade, mediante o cumprimento de algumas regras, dadas a conhecer aos utentes através de um folheto disponibilizado no quiosque.

De acordo com a vereadora Helena Reis, a autarquia faialense é pioneira nos Açores neste projecto, que no entanto já existe em algumas cidades europeias. Preservar o ambiente, despertar a população para uma nova atitude em termos de mobilidade urbana, criar hábitos de vida mais saudáveis e poupar tempo são algumas das vantagens que a autarquia salienta em relação à utilização das bicicletas.

“A Horta passa a contar com este serviço que promove, durante a época alta, um turismo amigo do Ambiente, gratuito e divertido”, salientou Helena Reis, que frisou a necessidade do futuro projecto de requalificação da Avenida 25 de Abril incluir ciclo vias.

Com as autárquicas à porta, a ocasião serviu também para deixar recados: “desenganem-se aqueles profetas da amargura, que teimam em repetir que não temos pedalada para isto. Porque, no que depender de nós, a nossa cidade e ilha continuarão a andar sobre rodas”, referiu Helena Reis.

Também o presidente da autarquia se congratulou com esse novo projecto, bem como com a inauguração do Quiosque de Turismo, que coloca à disposição dos visitantes uma variedade de serviços, desde a disponibilização de informação, de produtos do artesanato e da gastronomia local, entre outras coisas. Neste projecto, a Câmara da Horta conta com a parceria da Associação Regional do Turismo, que pretende dotar o Grupo Central de oito infra-estruturas semelhantes até ao final do mês de Julho.

Câmara mostra obras Municipais

A manhã de ontem serviu ainda para a autarquia dar a conhecer as obras municipais que têm vindo a ser realizadas nas três freguesias citadinas. Foram descerradas várias placas toponímicas, bem como visitados vários pontos da cidade objecto de obras de remodelação e melhoramento, como é o caso da Ermida de Santo Amaro e do Miradouro da Rua do Paiol. Este último surge no quadro dos protocolos de delegação de competências do município nas Juntas de Freguesia.

João Castro congratulou-se com os resultados que este procedimento tem permitido no corrente mandato autárquico, e recordou que a Câmara Municipal da Horta é a autarquia que, em todo o país, mais delega nas Juntas de Freguesia.

Também Laurénio Tavares, presidente da junta de freguesia matricense, reconheceu a importância destes protocolos para as actividades das autarquias locais. O autarca social-democrata lembrou, no entanto, que o executivo camarário reduziu significativamente as transferências financeiras para as freguesias no início deste mandato.

Durante a visita às obras municipais a autarquia apresentou o projecto do Centro Associativo, que irá funcionar na antiga Escola da P3. Como explicou João Castro, pretende-se com este projecto aplicar as mesmas sinergias utilizadas num centro de empresas às Associações faialenses. Assim, o Centro Associativo disponibilizará 17 espaços (dos quais 15 já se encontram reservados) a diversas Associações da ilha que, mediante um pagamento mensal de 30 euros, podem usufruir do espaço, com a manutenção do edifício, a Internet, a Água e a Luz asseguradas, bem como a possibilidade de utilização de uma sala de audiovisuais.

FOTOS: SUSANA GARCIA


Jovens do projecto Trilhos Saudáveis realizam filme

Quando nos surgem pelo caminho situações difíceis ou inesperadas, é comum o desabafo, “A minha vida um filme!”. Foi precisamente a partir deste pressuposto que o Cineclube da Horta se uniu à APADIF e à autarquia faialense para levar a cabo uma acção de formação na área do Cinema, tendo como público-alvo os jovens do projecto Trilhos Saudáveis. O objectivo era que estes aprendessem a manusear as ferramentas básicas para a construção de uma curta-metragem, desde a criação de personagens e diálogos até à sua interacção.

A formação decorreu nos meses de Maio e Junho, e reuniu jovens com idades entre os 14 e os 21 anos, que foram actores, realizadores, argumentistas, operadores de câmara e produtores.

O resultado final foi a curta-metragem “A minha vida dava um filme”, apresentada na noite da passada segunda-feira, no auditório da Biblioteca Pública da Horta.

De acordo com as reacções finais, o filme excedeu as expectativas não só dos próprios jovens mas das entidades envolvidas no processo. Tendo como base a problemática da droga, os jovens apostaram em contar a realidade tal como ela é, sem rodeios, “nua e crua”, como referiu Renata Lima, representante do Cineclube da Horta, ao dar os parabéns aos envolvidos no processo.

José Fialho, presidente da APADIF, não escondia o orgulho pelo resultado, e apelou à realização de mais iniciativas do género. “Estes jovens têm muito para dar”, garantiu.

Integrado no Plano Municipal de prevenção de Toxicodependências, este projecto impressionou também a vereadora Maria do Céu Brito, que realçou a importância de projectos como este para que os jovens encontrem ajuda na definição dos seus caminhos e orientações para a vida.

Tiago Mendonça, de 21 anos, ocupou várias funções no filme, entre as quais a de realizador. Sendo o mais velho, e com um forte espírito de liderança, assumiu naturalmente o papel de porta-voz dos envolvidos. Segundo este jovem, a tarefa não foi fácil, mas o trabalho árduo foi compensado com o resultado final. Desenvolver os diálogos e criar dinâmicas de grupo foram as grandes dificuldades, superadas com o apoio do coordenador do projecto, Fausto Cardoso, que, de resto, também se mostrou muito satisfeito com a evolução dos formandos até ao resultado final.

EDA garante


Interrupções de energia no Faial devem-se a “obras de investimento e manutenção” da rede

Os frequentes cortes de energia eléctrica que têm assolado o Faial desde o início de 2009 têm provocado o descontentamento da população da ilha, e já mereceram inclusive por parte dos deputados social-democratas faialenses na Assembleia Regional um requerimento ao Governo dos Açores, no sentido de aferir as causas desta situação.

No referido documento, Luís Garcia e Jorge Costa Pereira realçam o aumento de 20% nos cortes de energia no Faial no ano de 2008, comparativamente a 2007, e pretendem saber a que se devem esses números.

Uma das situações mais graves decorreu no passado dia 19 de Junho, sexta-feira, quando um apagão deixou muitas das freguesias da ilha sem luz durante horas.

Em declarações ao Tribuna das Ilhas, a EDA garantiu que a maioria das interrupções verificadas “estão relacionadas com as inúmeras obras de investimento e manutenção a decorrer, quer na rede de distribuição quer na produção”, na ilha do Faial. Segundo a empresa, “as interrupções com maior peso têm tido origem no centro produtor, expurgando uma indisponibilidade fortemente penalizadora com origem na rede de distribuição, devido a um transformador queimado num posto de transformação de cliente”.

A EDA lembrou que o centro produtor do Faial, a Central de Santa Bárbara, está a ser ampliado e remodelado, e estão a ser instalados dois novos grupos, sendo que as obras “implicam a necessidade de intervir em variadíssimos sectores da central, com esta em funcionamento”. A mesma fonte disse ainda que, paralelamente à instalação dos novos grupos, a empresa está a remodelar o sistema de controlo e comando de todos os grupos da central, a instalar novas tubagens de fuel e diesel, a remodelar os sistemas de tratamento dos vários tipos de efluentes e a construir de uma nova subestação.

A eléctrica açoriana frisa que estas obras são “extremamente necessárias para fazer face ao aumento dos consumos e modernização das instalações” e garante que, após a sua conclusão, “o sistema eléctrico ficará com maior fiabilidade e consequentemente o número e o tempo das interrupções irá diminuir”.

Dos dois grupos instalados, o VII já se encontra a funcionar e a EDA prevê para breve a entrada em funcionamento do VIII. As obras de investimento só deverão ser concluídas no próximo ano, no entanto a EDA espera que os indicadores de qualidade de serviço melhorem já no segundo semestre deste ano, até porque “uma grande parte das intervenções necessárias para a conclusão destes trabalhos já se encontra efectuada”.

Assembleia Municipal aprova aquisição do edifício do Banco de Portugal

A Assembleia Municipal reuniu na tarde da passada terça-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Da ordem do dia constava a aprovação de um empréstimo para a aquisição do edifício do Banco de Portugal, cuja intenção de compra pela autarquia, no valor de 600 mil euros, foi recentemente tornada pública.

Os ânimos aqueceram quando o PSD questionou a legalidade da aprovação do empréstimo sem antes a Câmara Municipal ter feito uma deliberação a remeter a proposta de aquisição do imóvel à Assembleia Municipal, já que, como lembrou Roberto Vieira, dado o valor envolvido, a compra não podia ter sido decidida apenas em reunião de Câmara.

João Castro, presidente da autarquia, considerou esta uma questão formal, e a deputada municipal socialista Ana Luís classificou mesmo de “preciosismo” a atitude da facção laranja. Por sua vez, os social-democratas, nas palavras dos advogados Roberto Vieira e Terra Carlos, insistiram que se tratava de uma questão de legalidade do acto. Estalou a discussão, e a Sessão foi mesmo interrompida para que os líderes das bancadas municipais pudessem conferenciar. Após a interrupção, foi deliberado alterar a Ordem de Trabalhos de modo a introduzir a proposta de aquisição do edifício, que, apesar de todos este impasse, foi aprovada por unanimidade. A justificar a compra, João Castro referiu o sentido de oportunidade de aquisição daquele que é um “edifício emblemático” do património da Horta, explicando que a autarquia pretende aproveitar a sua potencialidade para desenvolver actividades de valor cultural e patrimonial.

A assistir à Sessão estava o único candidato à Câmara que não desempenha funções na Assembleia Municipal, Paulo Oliveira. Tribuna das Ilhas quis saber a opinião do candidato do PSD em relação à aquisição do imóvel, e à realização de um empréstimo a três meses das eleições. Apesar dos social-democratas terem votado a favor da compra, Paulo Oliveira não comunga da opinião do partido que acolhe a sua candidatura nesta questão: “Consta que haveria um empresário privado interessado no edifício. Assim sendo penso que o seu aproveitamento estava garantido, e a Câmara deveria concentrar-se noutros espaços patrimoniais que precisam de atenção. Além disso, penso que o edifício tem potencial para ser utilizado para fins turísticos ou comerciais, e não tanto para actividades culturais. Contudo, o mais importante é que aquele edifício, de facto, abra as suas portas à cidade da Horta”, declara.

Autárquicas 2009

Paulo Oliveira quer “tsunami político e económico” para mudar o Faial

Um “tsunami” político e económico, que arranque o Faial da “inércia” em que se encontra, foi a metáfora escolhida pelo candidato do PSD à Câmara Municipal da Horta para mostrar o que a sua equipa pretende para a ilha do Faial. Paulo Oliveira falava durante a apresentação oficial da sua candidatura, que decorreu na Horta na passada sexta-feira, e contou com a presença da líder regional do partido, Berta Cabral.

Ressalvando logo no início a sua qualidade de independente, Oliveira lembrou as obras adiadas e as soluções erradas que, na sua óptica, têm prejudicado o Faial nos últimos anos: o adiamento de obras como a ampliação da pista do aeroporto, o Campo de Golfe ou o Estádio Mário Lino, as “soluções menores para a ampliação do Porto”, entre outras coisas, são razões que levam a candidatura laranja a considerar que a importância do Faial na Região se tem vindo a esbater.

Paulo Oliveira lamentou o atraso na obra do Saneamento Básico, a falta de condições da rede viária municipal e o estado actual da Avenida 25 de Abril, “transformada em arrecadação e garagem”. Em relação à Avenida, o arquitecto teceu duras críticas às recentes obras de melhoramento em alguns pontos, classificando-as de “remendos” de última hora; “pequenos oásis numa marginal deserta, ignorada ao longo dos últimos 20 anos”.

O candidato a presidente da CMH não poupou críticas à governação autárquica socialista, nem a João Castro, que acusou de ser “um presidente de protocolo, que alimenta o povo com pão e circo”. “Vivemos num tempo perdido, com uma maioria plural ineficaz, e que a todos desapontou!”, acrescentou.

Críticas feitas, o candidato partiu para o ataque, apresentando a estratégia que a sua equipa pretende para a ilha, sob o mote “mais Faial”. Nesse sentido, Oliveira quer pôr os olhos no futuro, identificando e explorando os pontos fortes da ilha. Para explicar aos presentes aquilo que pretende, o candidato fez uma volta à ilha, salientando de que forma explorar o potencial de cada freguesia.

A relação com o mar, a preponderância do sector primário e o potencial turístico foram alguns dos pontos destacados pelo candidato laranja, que se comprometeu a “provar que é possível fazer mais, mais depressa, e com mais qualidade”.

Paulo Oliveira apresentou a sua equipa, constituída por 14 elementos, dos quais seis são independentes, e cuja média de idades é de 39 anos.

“PS a mais e obra a menos”

A líder dos social-democratas açorianos entende que os faialenses estão “cansados do PS”, sendo essa a sua interpretação dos resultados eleitorais do passado dia 7 de Junho na ilha. Berta Cabral vê o facto do PSD ter ganho as europeias na maioria das freguesias do Faial como a confirmação de que “o PS já não tem nada de novo para provar aos faialenses”.

A líder regional congratulou-se com a equipa candidata à Câmara da Horta que, segundo ela, será capaz de devolver a esta autarquia o estatuto de ser um dos três municípios mais importantes dos Açores, estatuto esse que entende ter-se perdido.

Em relação a Paulo Oliveira, Berta Cabral frisou que este é “uma das maiores novidades das eleições autárquicas de 2009” nos Açores, e entende que a sua candidatura enquanto independente personifica “o sentimento de mudança” comum a todos os faialenses.

“O PS coligou-se com os comunistas para se manter na Câmara da Horta. O PSD está coligado com os faialenses para dinamizá-la”, referiu.

Em relação ao argumento de que é importante que a Câmara Municipal tenha a mesma cor política que o Governo Regional, Berta Cabral entende que “já não convence”, pois a Câmara da Horta é da mesma cor do Governo há 13 anos “e o resultado está bem à vista de todos”. A líder laranja deixou ainda a certeza de que, em 2012, o Governo Regional será liderado por si.

Lista do PSD à Câmara Municipal da Horta

  1. Paulo Oliveira
  2. Fernando Guerra
  3. Rosa Dart
  4. Luís Garcia
  5. Susete Amaro
  6. Humberto Rodrigues
  7. Márcia Caldeira
  8. Marco Santos
  9. Lúcia Pereira
  10. Marco Dutra
  11. Carla Luna
  12. Jacinta Santos
  13. José Manuel Gomes
  14. Carla Luís