quinta-feira, 5 de março de 2009

Após primeiro ano de funcionamento

Centro de Empresas da Horta com ocupação quase total

No próximo dia 11 de Março passa um ano da inauguração do Centro de Empresas da Horta.
O projecto da Adeliaçor, em parceria com a Câmara Municipal da Horta, visa disponibilizar espaços a jovens empresas do Faial, de modo a ajudá-las a desenvolverem-se e consolidarem-se, permitindo a sua posterior integração no mercado com autonomia, e influenciando a criação de novos postos de trabalho.
Um ano depois, fomos saber como está a funcionar este Centro.

8 Situado na zona do Pasteleiro, freguesia das Angústias, o Centro de Empresas da Horta partilha o espaço com o gabinete de desenvolvimento local da Adeliaçor, e com a Melaria do Faial. Funciona como uma incubadora para jovens empresas, que encontram ali um “ninho”onde se podem preparar para mais altos “vôos” no mercado, numa altura em que a conjuntura é madrasta para os jovens empresários.
Oito gabinetes equipados com material de escritório, e um Gabinete de Logística, onde as empresas podem recorrer a serviços de fotocopiadora, encadernação, entre outras coisas, e ainda o acesso à sala de formações do espaço da Adeliaçor, compõem este Centro de Empresas. Durante o primeiro ano de ocupação, as empresas seleccionadas usufruem do espaço a título gratuito, e ficam isentas de pagar água ou electricidade. Um auxílio precioso, e apetecido pelas jovens empresas: dos oito gabinetes disponíveis, sete estão ocupados.
Tendo em conta esta ocupação, Arlene Goulart, coordenadora da Adeliaçor, faz um balanço bastante positivo do primeiro ano de funcionamento.
Segundo a coordenadora, no Centro de Empresas da Horta fixaram-se empresas que actuam em áreas “nas quais havia lacuna no Faial”: duas empresas de base tecnológica na área da biologia marinha, uma empresa de design gráfico, um estúdio de fotografia, uma empresa que faz instalações eléctricas e comunicações, uma empresa de gestão de arquivo, e uma empresa de organização de eventos.
Qualquer empresa recém-formada pode candidatar-se a estes espaços. Para tal, deve dirigir-se à Adeliaçor, onde são encetados os procedimentos necessários: “há um formulário de inscrição que deve ser preenchido, acompanhado de uma série de elementos por nós pedidos, consoante o tipo de empresa. Esse pedido é depois apreciado por um júri, constituído por dois elementos da Adeliaçor, dois elementos da Câmara Municipal da Horta e um da Câmara do Comércio e Indústria da Horta. A decisão final compete à direcção da Adeliaçor”, explica Arlene.
A existência de um primeiro ano a título totalmente gratuito só foi possível, de acordo com a coordenadora, graças ao protocolo estabelecido com o Munícipio, o qual suporta os encargos decorrentes da manutenção do Centro de Empresas.
É celebrado um contrato com as empresas, onde estas se comprometem a permanecer no Centro durante pelo menos dois anos. O objectivo é evitar que apenas usufruam do primeiro ano gratuito, e depois deixem o Centro. No segundo ano, existe já uma renda, calculada consoante a área do gabinete, que, apesar de ser simbólica, já permite à Adeliaçor algum retorno deste investimento, até porque, conforme salienta Arlene, “este é um projecto integrado numa acção que prevê fins lucrativos”.
A renda que os jovens empresários começam a pagar no segundo ano é regulamentada por escalões, que vão aumentando ao longo dos anos. Não está estipulado um período limite para a permanência das empresas no Centro, mas o objectivo é criar condições para que possam gradualmente tornar-se autónomas. Como refere Arlene, é uma forma “de ajudá-las a ter pés para andar e a conseguir alguma autonomia financeira que depois possibilita seguirem o seu caminho”.
Nesta fase, grande parte das empresas que ocupam o Centro e que são muito jovens não funcionam durante o dia, pois os empresários têm outras ocupações, factor que Arlene considera ser o ponto menos positivo do actual cenário: “durante o dia a dinâmica não é a que nós esperávamos”, revela.
De momento, é na área dos serviços que actuam as empresas do Centro. Nas candidaturas iniciais foi dada prioridade às empresas recém-criadas nesta área, bem como a jovens recém-licenciados ou com aptidões técnicas ou formação especializada. No entanto, qualquer jovem empresa pode candidatar-se a este apoio.
O Centro de Empresas apresenta-se também como uma forma de ajudar a contrariar o cenário negro que assombra qualquer actividade económica nos dias de hoje, e que provoca apreensão a quem quer que decida enfrentar o risco de lançar-se num novo projecto empresarial. Falando deste cenário de crise, perguntámos a Arlene se é equacionada pela Adeliaçor a hipótese de uma empresa já com alguns anos, mas que se encontra a passar por dificuldades e não consegue, por exemplo, suportar a renda de um espaço que detenha, poder frequentar o Centro. Segundo a coordenadora, apesar do Centro de destinar a apoiar essencialmente a constituição de novas empresas, “cada caso é um caso”, e uma empresa nessa situação poderia candidatar-se a um espaço, ficando essa candidatura sujeita à apreciação do júri.

Continuar a apoiar os jovens empresários é o objectivo
O facto de sete dos oito espaços disponíveis estarem ocupados deixa a Adeliaçor bastante satisfeita. Não é, no entanto, algo inesperado. Arlene Goulart confessa mesmo que, tendo em conta o que o Centro de Empresas oferece, esperava uma procura superior à oferta. A coordenadora explica que há necessidade de um trabalho de divulgação mais intenso, que a Adeliaçor quer levar a cabo nos próximos tempos: “estamos a preparar um site para o Centro, e vamos fazer algum trabalho de divulgação, para que as empresas saibam que existe aqui esta estrutura e que, apesar de actualmente só termos um espaço disponível, há outras funcionalidades de apoio às empresas que poderemos vir a desenvolver”, diz. O objectivo da Adeliaçor é, precisamente, aumentar o apoio às jovens empresas instaladas no Centro. “Neste momento, cada empresa tem de encarregar-se da sua própria instalação de Internet e telefone. A Adeliaçor gostaria, por exemplo, que fosse possível termos rede wireless, e as empresas não precisarem de ter mais esse custo. Não temos serviço de recepção, e gostaríamos de ter”, revela. Estas ideias não são recentes, já tinham mesmo surgido aquando da delineação do projecto. No entanto, uma vez que este atingiu o máximo de investimento possível a ser elegível pelo LEADER +, programa de inciativa comunitária que financiou o Centro de Empresas, “não havia possibilidade financeira da Adeliaçor suportar mais esses custos”. “Não significa que não o possamos vir a fazer”, salienta Arlene.
O projecto do Centro de Empresas representou um investimento de cerca de 200 mil euros, financiados em 50% pelo LEADER +. A Adeliaçor contou com um apoio do Município no valor de 50 mil euros. A autarquia fez ainda vários tipos de contribuição em espécie, como sejam a disponibilização de materiais, os arranjos exteriores do espaço, etc. Também as Secretarias Regionais da Habitação e Equipamentos e da Agricultura e Florestas contribuiram desta forma para a execução do projecto.

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