Alunos da Básica António José de Ávila levam faialenses à Idade Média
Na noite da passada sexta-feira, quem subisse a rampa do antigo Liceu da Horta, actual Escola Básica António José de Ávila, não poderia evitar ser transportado do século XXI para tempos mais remotos. As arcadas do edifício que acolhe os Ginásios estavam transformadas em muralhas de castelo, e o pátio fervilhava de actividade, com um Mercado Medieval onde se podiam comprar chás, especiarias, hortaliças e tudo o que se possa imaginar, uma taberna, entre outras coisas. Passeando por entre vendedores ambulantes, princesas e camponeses e clérigos saídos de alguma máquina do tempo, de repente víamo-nos obrigados a deitar uns “trocados” na lata de esmolas de alguns leprosos que por ali andavam. Não se tratou, obviamente, de uma verdadeira viagem no tempo, mas sim de uma visita à Feira Medieval organizada pelos alunos dos 5.º e 6.º ano.
A encenação de um casamento medieval, uma batalha, uma queima das bruxas, bem como um concerto de flautas e danças medievais foram algumas das actividades a que os visitantes puderam assistir, e muitos foram os que não quiseram perder a oportunidade de recuar uns séculos no tempo.
Estivemos à conversa com o professor Marco Viegas, percursor da ideia, que nos disse que esta surgiu no início do ano, com os professores do Departamento de História e Geografia, Língua Portuguesa e Ciências Sociais a contagiarem toda a escola. Segundo o professor, a ideia era atingir dois objectivos: por um lado, e sendo a Idade Média parte do programa curricular do 5.º ano, pretendia-se oferecer aos alunos a oportunidade de lidar de forma mais prática com a temática; por outro lado, quis-se “trazer a comunidade à escola”, promovendo maior interacção não só entre alunos, professores e pais, mas com toda a comunidade.
Fomos desenvolvendo esta pequena ideia, que foi crescendo como uma bola de neve até chegar ao projecto final”, explicou Marco. A Feira tornou-se assim num projecto de toda a escola, e foi inclusive integrada nos Jogos Desportivos, que decorreram na Horta na passada semana.
Para além do Departamento organizador, participaram activamente na construção da Feira os departamentos de Educação Visual e Tecnológica, de Música e de Inglês, naquela que foi uma verdadeira tarefa multidisciplinar.
Apesar de optimistas em relação à afluência ao evento, Marco confessa que os organizadores não esperavam uma enchente tão grande.
Instado a pronunciar-se sobre as dificuldades de pôr de pé um evento assim, trabalhando com crianças do 5.º e 6.º ano, o professor diz ser necessária “muita disciplina”. “Tivemos que sensibilizar os alunos para a importância do acontecimento”, acrescenta.
Marco salientou o trabalho dos encarregados de educação neste projecto: “os pais foram fantásticos. Participaram de todas as formas, fazendo comidas, ajudando na construção da feira, tratando dos trajes dos filhos... Só essa grande ajuda permitiu fazer esta Feira”. Também o apoio de várias instituições locais ajudou a pôr de pé o projecto. Segundo Marco, todas as instituições contactadas, desde a Câmara Municipal ao pequeno comércio, “foram fantásticas”: “na sua grande maioria todas nos ajudaram. Sem essa ajuda preciosa não conseguiríamos levantar a Feira”, refere.
Para Marco, esta Feira mostrou que a comunidade escolar da António José de Ávila está apta a preparar mais projectos do tipo, que motivem os alunos de uma forma diferente.
Segundo o professor, a História já não é considerada uma disciplina “chata”, e alguns dos alunos até a têm como preferida. “Já temos metodologias para que a História se torne mais aliciante. Os alunos do 5.º e 6.º ano não têm tanta capacidade de contextualização no tempo, e este evento tornou real o que para eles é abstracto. Tenho a certeza que aprenderam muito fazendo a prática. Demos-lhe autonomia e responsabilidade e eles corresponderam e desenvolveram grande capacidade de interacção entre si. Provavelmente só a disciplina dada no contexto da sala de aula não o faria”, explicou. Para o educador, este tipo de projectos “motiva os alunos e dá-lhes outras competências que precisamos que eles tenham, para além dos conhecimentos das disciplinas em si: a socialização, a participação cívica, a interacção com os pais...”. “Toda a comunidade interagiu, participou e aprendeu: todos nos sentimos professores e alunos ao mesmo tempo”, acrescentou.
Marco disse-nos ainda que a Câmara Municipal mostrou muito interesse pelo projecto, e que estão a ser tomadas diligências no sentido de fazer dele um acontecimento anual, organizado pela Escola mas fora do espaço escolar, direccionado para toda a comunidade.
Na noite da passada sexta-feira, quem subisse a rampa do antigo Liceu da Horta, actual Escola Básica António José de Ávila, não poderia evitar ser transportado do século XXI para tempos mais remotos. As arcadas do edifício que acolhe os Ginásios estavam transformadas em muralhas de castelo, e o pátio fervilhava de actividade, com um Mercado Medieval onde se podiam comprar chás, especiarias, hortaliças e tudo o que se possa imaginar, uma taberna, entre outras coisas. Passeando por entre vendedores ambulantes, princesas e camponeses e clérigos saídos de alguma máquina do tempo, de repente víamo-nos obrigados a deitar uns “trocados” na lata de esmolas de alguns leprosos que por ali andavam. Não se tratou, obviamente, de uma verdadeira viagem no tempo, mas sim de uma visita à Feira Medieval organizada pelos alunos dos 5.º e 6.º ano.
A encenação de um casamento medieval, uma batalha, uma queima das bruxas, bem como um concerto de flautas e danças medievais foram algumas das actividades a que os visitantes puderam assistir, e muitos foram os que não quiseram perder a oportunidade de recuar uns séculos no tempo.
Estivemos à conversa com o professor Marco Viegas, percursor da ideia, que nos disse que esta surgiu no início do ano, com os professores do Departamento de História e Geografia, Língua Portuguesa e Ciências Sociais a contagiarem toda a escola. Segundo o professor, a ideia era atingir dois objectivos: por um lado, e sendo a Idade Média parte do programa curricular do 5.º ano, pretendia-se oferecer aos alunos a oportunidade de lidar de forma mais prática com a temática; por outro lado, quis-se “trazer a comunidade à escola”, promovendo maior interacção não só entre alunos, professores e pais, mas com toda a comunidade.
Fomos desenvolvendo esta pequena ideia, que foi crescendo como uma bola de neve até chegar ao projecto final”, explicou Marco. A Feira tornou-se assim num projecto de toda a escola, e foi inclusive integrada nos Jogos Desportivos, que decorreram na Horta na passada semana.
Para além do Departamento organizador, participaram activamente na construção da Feira os departamentos de Educação Visual e Tecnológica, de Música e de Inglês, naquela que foi uma verdadeira tarefa multidisciplinar.
Apesar de optimistas em relação à afluência ao evento, Marco confessa que os organizadores não esperavam uma enchente tão grande.
Instado a pronunciar-se sobre as dificuldades de pôr de pé um evento assim, trabalhando com crianças do 5.º e 6.º ano, o professor diz ser necessária “muita disciplina”. “Tivemos que sensibilizar os alunos para a importância do acontecimento”, acrescenta.
Marco salientou o trabalho dos encarregados de educação neste projecto: “os pais foram fantásticos. Participaram de todas as formas, fazendo comidas, ajudando na construção da feira, tratando dos trajes dos filhos... Só essa grande ajuda permitiu fazer esta Feira”. Também o apoio de várias instituições locais ajudou a pôr de pé o projecto. Segundo Marco, todas as instituições contactadas, desde a Câmara Municipal ao pequeno comércio, “foram fantásticas”: “na sua grande maioria todas nos ajudaram. Sem essa ajuda preciosa não conseguiríamos levantar a Feira”, refere.
Para Marco, esta Feira mostrou que a comunidade escolar da António José de Ávila está apta a preparar mais projectos do tipo, que motivem os alunos de uma forma diferente.
Segundo o professor, a História já não é considerada uma disciplina “chata”, e alguns dos alunos até a têm como preferida. “Já temos metodologias para que a História se torne mais aliciante. Os alunos do 5.º e 6.º ano não têm tanta capacidade de contextualização no tempo, e este evento tornou real o que para eles é abstracto. Tenho a certeza que aprenderam muito fazendo a prática. Demos-lhe autonomia e responsabilidade e eles corresponderam e desenvolveram grande capacidade de interacção entre si. Provavelmente só a disciplina dada no contexto da sala de aula não o faria”, explicou. Para o educador, este tipo de projectos “motiva os alunos e dá-lhes outras competências que precisamos que eles tenham, para além dos conhecimentos das disciplinas em si: a socialização, a participação cívica, a interacção com os pais...”. “Toda a comunidade interagiu, participou e aprendeu: todos nos sentimos professores e alunos ao mesmo tempo”, acrescentou.
Marco disse-nos ainda que a Câmara Municipal mostrou muito interesse pelo projecto, e que estão a ser tomadas diligências no sentido de fazer dele um acontecimento anual, organizado pela Escola mas fora do espaço escolar, direccionado para toda a comunidade.
1 comentário:
Excelente Feira e boa reportagem
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