sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

No dia 8 de Dezembro

Dia das Montras anima cidade da Horta

Na próxima segunda-feira, feriado em honra de Nossa Senhora da Conceição, a cidade da Horta anima-se com o já tradicional Dia das Montras, uma iniciativa da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, integrada na campanha do Comércio Tradicional.

O objectivo é trazer mais faialenses às ruas da cidade, e dinamizar o comércio local.

De acordo com nota enviada às redacções, a CCIH procurou inovar na Campanha do Comércio Tradicional 2008, apresentando-se “mais dinâmica, com uma imagem mais forte e apelativa, onde sobressai o logótipo do Comércio Tradicional e se destaca a introdução de novos elementos como um autocolante para vitrines e uma bandeirola para colocar no exterior das lojas aderentes”.

Esta Campanha alarga-se a todas as ilhas de abrangência da CCIH - Faial, Pico, Flores e Corvo. Como vem sendo habitual, os faialenses que comprarem nas lojas aderentes a esta campanha recebem uma senha por cada 10 € em compras, que os habilita a Vales de Compra, a serem trocados nessas mesmas lojas.

Na Horta, os prémios são vales no valor de 600€, 500€ e 400€.

Relativamente ao concurso de montras, este terá lugar na cidade da Horta, e também na Vila de Santa Cruz das Flores. Este ano, para além da votação do público para eleger a montra mais popular, haverá também a votação de um júri convidado que elegerá as três primeiras classificadas. O público poderá escolher a montra que mais lhe agrade através de senhas, o que lhe permite ainda habilitar-se ao sorteio de três cabazes de Natal.

Neste dia haverá ainda Animação e Som de Rua, e será montada no pátio junto à loja da PT no edifício dos CTT a Casa do Pai Natal, onde os mais pequenos poderão tirar fotografias com a figura por eles mais desejada nesta quadra.

A CCIH associa-se também ao programa preparado para a Autarquia para animar a cidade nesta quadra, designado Dezembro em Festa, mediante o qual será instalada no recinto desportivo do SCH (rua Eduardo Bulcão) a Tenda da Pequenada, que permite aos pais deixar a pequenada animada e com supervisionamento, enquanto ultimam as suas compras de Natal.

No Dia das Montras a Câmara Municipal promove ainda a partir das 18h30 nas ruas da cidade o desfile do “Mundo Encantado”, onde os mais pequenos poderão ver as suas personagens Disney favoritas.

Neste dia os faialenses são ainda convidados a avivar o seu espírito solidário – que se quer mais acesso no Natal – através da visita ao “Espaço Solidário” da Caritas do Faial, montado na praça da República desde o dia 8 até ao dia 23. Ainda dentro do espírito solidário do Natal, o dia 8 é a última oportunidade para visitar o Bazar de Artesanato da Liga Portuguesa Contra o Cancro, na rua Conselheiro Medeiros.


Vitrinismo

A montra é o cartão de visita de uma loja. Como tal, a sua execução exige criatividade e bom gosto, de modo a criar um ambiente que estimule a venda, além de conferir à loja uma identidade própria, o que lhe permite sobressair de entre as outras.

Visto que a montra é uma forma de comunicação visual, deve transmitir sentimento, alegria, sátira, romance, drama, cultura, humor, emoções, etc.

O objectivo da montra é informar o potencial cliente do tipo de artigo que a loja comercializa. Sendo assim, o comerciante deve utilizar as técnicas de vitrinismo de modo a mostrar a diferença comercial que a sua loja representa.

De acordo com a designer de jóias e produtos Juliana de Queiroz, a montra é responsável por cerca de 74% das vendas de uma loja. Nesse sentido, cada vez mais começam a proliferar cursos técnicos e profissionalizantes nessa área. .Nesses cursos os alunos aprendem noções relacionadas com as características das montras, as datas comemorativas que requerem montras específicas, como é o caso do Natal, técnicas de exposição, importância da iluminação, da cor, etc.


A Montra

Mostrar sempre foi e será uma forma de atrair, criando um vínculo entre vendedor e comprador potencial. A montra, como hoje a conhecemos, nasceu precisamente desta ideia.

No início, o comércio era feito em feiras, sendo uma actividade de trocas. Com o aperfeiçoamento dessa actividade, apareceram as lojas, e os grandes comércios, como os mercados do Império Romano.

Mais tarde, mercadores e comerciantes começaram a afirmar-se como uma classe média emergente, que procurava atrair clientes expondo as mercadorias em prateleiras.

Até final do séc. XVII, as lojas tinham fachadas abertas e é com a Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra, em meados do séc. XVIII, que se mudam os conceitos e começam a aparecer lojas semelhantes às actuais. É na Holanda que surgem as primeiras montras. Aparecem também os manequins com uma silhueta com membros.

No séc. XIX o estilo vitoriano dominava a moda, por isso a exposição dos artigos era um desfile de tudo o que existia no interior da loja.

Foi nesse período que o vidro começou a ser utilizado como divisória entre a rua e o público. Os manequins de cera apareceram em 1890, com unhas postiças, cabelo natural e olhos de esmalte. O maior problema na sua utilização era o peso de quase 100kg, com o grave defeito de derreterem no Verão e racharem no Inverno. Surgem então os manequins de arame.

Nessa época, sendo indecente despir e vestir um manequim à vista de todos, tapavam-se as montras com papel, o que até hoje é usado, mas para provocar maior surpresa.

Se até ao início do séc. XX as mercadorias eram empilhadas, a partir de 1920 limparam-se as lojas e montras, melhorando a sua apresentação. Começam a aparecer manequins de papier-maché, mais leves.

A partir de 1930, começou realmente a pesquisa sobre montras e o estudo do detalhe e da estética. Isto deu-se principalmente devido à crise económica e portanto, à concorrência. A década de 40 foi mais inovadora nos Estados Unidos, pois a Europa estava em guerra e não podia ter gastos supérfluos. As portas, porém, estavam abertas e a montra era fundamental. Nessa década, foram muito usadas montras feitas com papel.

Em 1950 apareceram manequins de fibra, plástico e arame, para logo serem substituídos por outros, flexíveis e coloridos, permitindo um visual cada vez mais arrojado. Gene Moore, em 1950, criava o primeiro manequim sorridente.

A evolução do manequim e da montra continua até aos dias de hoje.

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